sábado, 20 de setembro de 2008

Dicentrarchus punctatus

A baila é um dos pelágicos mais conhecidos da costa sul Portuguesa.
Do ponto de vista morfológico, caracteriza-se por ter algumas semelhanças com o robalo, não atingindo porém as mesmas dimensões. Possui um típico dorso sarapintado e é um peixe bastante mais frenético que o robalo.
Os habitats preferidos destes peixes são os mais variados: fundos arenosos, mistos ou até lodosos. A sua presença é comum em praias, rias ou na entrada de rios/rias.
Na costa Algarvia são frequentes todo o ano e a sua captura não oferece grandes dificuldades.
Reproduz-se no Inverno em grandes cardumes.

As maiores ameaças para estes peixes são as redes de cerco que capturam centenas de quilos de peixe, no período reprodutivo. Para além disso, nas competições de surfcasting (através de uma legislação infeliz e desajustada, criada para favorecer a pesca de competição) matam-se todos os anos milhares de juvenis.
Independentemente da predação levada a cabo pelo ser humano, esta espécie é controlada por outras espécies marinhas. De modo cíclico, a anos excelentes sucedem-se anos com uma redução significativa dos seus efetivos em muitos pontos da nossa costa (assim como sucede com outras espécies marinhas).


A baila é capturável com uma infinidade de iscos, apresentando no entanto uma maior preferência por vermes, crustáceos e pequenos peixes. Ainda que tendo uma boa boca, a sua pesca com isco vivo exige muita técnica e conhecimentos.
É no entanto com artificiais, que se capturam os maiores peixes. Um exemplar de 1,5-2kg é excelente.
A sua captura também pode ser efetuada com plumas, como ficou constatado este verão pelo meu amigo Zé Pedro Torres.
Esta modalidade, ficou-me na retina e é de todas a mais bonita e técnica.

(Foto da autoria de Gomes Torres (http://www.gomestorres.blogspot.com/))

Apesar do legislador ter definido (de forma absurda) como dimensões mínimas os 20 cm, deveremos sempre ignorar este comprimento e sacrificar apenas exemplares maiores, salvaguardando assim ao máximo a espécie e o seu futuro nas nossas águas.

S. Ferreira

4 comentários:

ZeNeR disse...

É verdade Sérgio!
Gostei bastante do tipo de pesca que ai fiz. É muito diferente da que faço com o material de pluma em água doce...
Mas fiquei muito contente por ver que é uma técnica bastante efectiva, embora não tenha pescado nada de jeito. A grande, que ia safar o dia levou o streamer nos queixos por burrice minha..
Da próxima vez que ai for irei de certo melhor preparado, com outro material e plumas bem mais indicadas para elas. E ainda não desisti dos robalos grandes! eheheh

Todos vão gozar comigo por andar com um chicote no meio do mar mas já estou habituado. :)

Abraço!
Zé Pedro Torres

S. Ferreira disse...

Olá, campeão! ;)

Apesar do marasmo dos dois últimos anos, vocês ainda acabaram por encontrar uns peixes.
Para maiores quantidades, faltou um pouquinho de vaga.
Quantos aos robalos grandes, já vos expliquei o sítio e as horas. Se no próximo ano os desafiares à pluma, não tenho qualquer dúvida que apanharás uns belos peixes.
No entanto, já viste que naquele local particular a técnica que gostamos de empregar é a mais espectacular.
Quanto ao gozo e à forma como te irão olhar, esquece...quando começámos a praticar spinning riam porque achavam que estávamos a tentar pescar tubarões. Hoje em dia a realidade é outra.
Existem ainda outros pontos muito bons para pescares à pluma, que a seu tempo te ensinarei;)

Um abraço e não pesques muito mais peixes que o teu pai! Ehehehehehe...

José Gomes Torres disse...

Pois, pescar mais peixes que eu, já vai sendo hábito. Já tenho problemas de visão e a malta nova tem outras capacidades que os "cotas" já não têm... heheheheh, desculpas...
Apesar disso, qualquer peixe pescado á pluma, é sempre diferente do pescado da forma tradicional e as bailas não fogem à regra.
Como diz o Zé Pedro "a pesca à pluma tem a particularidade de tornar desportivos os peixes que nunca tinhamos visto como tal!"
Não é o caso das bailas, que são já muito desportivas, mas acontece claramente com os ciprinideos.
Bom texto!
Abraço.

S. Ferreira disse...

Pois...estou à espera de oportunidade de os levar ao santuário dos ciprinídeos.
Talvez no próximo Verão.

Um abraço,