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domingo, 9 de agosto de 2009

A minhoca da lama (Nereis diversicolor)


Verme conhecidíssimo e muito utilizado na pesca desportiva, que permite capturar um número muito vasto de espécies de peixes.

Descrição: comprimento até 12 cm; cabeça característica da família; o probóscido quando está evaginado apresenta duas fortes mandíbulas; cor variável desde o avermelhado, laranja e esverdeado; um vaso sanguíneo dorsal e definido percorre todo o dorso.

Habitat: vive em colónias muito numerosas nas zonas lodosas das rias ou estuários.

A captura não envolve qualquer dificuldade pois são vermes muito comuns.

Conservação:

Para um período mais prolongado (7-8 dias)
Arranjam-se 2-3 caixas de cartão canelado, rasgam-se em pedaços e colocam-se dentro de água do mar; posteriormente trituram-se até se obter uma pasta de papel que será recolhida, colocada num pano e espremida para remover a água; as bolas resultantes são então passadas por um ralador para se o obterem pequenos grânulos de cartão (arredondados); estes últimos são finalmente colocados numa caixa de plástico ou madeira; as minhocas serão colocadas na caixa após a captura, espalhando-se ao longo das bolinhas de cartão.

Caixa com grânulos de cartão húmido


Minhocas no cartão


Para um período curto (3 dias):
após a recolha, secam-se cuidadosamente as minhocas em areia muito fina (até que se desprendam muito bem e separem umas das outras). De seguida são acondicionadas por camadas numa caixa comprida de madeira ou plástico contendo a mesma areia muito fina (o número de minhocas que não deve ser excessivo).

Em ambos os casos os vermes são guardados no frigorífico.

A vantagem do último método é de que as minhocas engrossam.

S. Ferreira

sábado, 1 de agosto de 2009

A conquilha (Donax trunculus)


A conquilha é um bivalve que pode ser encontrado na zona sul e em algumas praias da costa Alentejana.

Descrição: concha de até 4 cm de comprimento; linhas de crescimento concêntricas; contorno triangular; valvas semelhantes; ligamento externo; valvas denteadas no bordo ventral interno; sifões separados e curtos. Cor exterior branca, amarelada, esverdeada ou parda e por vezes com tons violeta; normalmente possui raios que contrastam; violeta por dentro, com o bordo branco.

Habitat: escava em fundos arenosos - zonas de marés (areia fina), até águas com alguma profundidade.

Captura: é feita basicamente por arrasto (de barco ou de mão).

Vulnerabilidade: os efetivos mantém-se estáveis, no entanto deve existir sempre uma gestão adequada para evitar excessos.

Utilização: é um bivalve muito utilizado em culinária e muito raramente como isco.


S. Ferreira

sábado, 25 de julho de 2009

Solen marginatus


Solen marginatus ou lingueirão

Descrição: concha larga e estreita, até 125 mm de comprimento, fina; extremidades superior e inferior praticamente paralelas; valvas iguais; ligamento escuro externo; concha com uma tonalidade amarela pálida por fora.

Habitat: escava nas zonas arenosas em águas superficiais, ocorrendo na Ria Formosa.

Estado da espécie: outrora muito abundante, o aumento dos volumes de captura conduziu ao seu decréscimo. De salientar o grande impacto que teve e continua a ter, a captura em apneia ou com garrafas de ar comprimido.

Utilização: bivalve muito utilizado em gastronomia, sendo componente principal de alguns pratos típicos da Ria Formosa (arroz de lingueirão, etc.); na pesca à linha possui um campo de aplicação muito vasto, sendo utilizado em várias técnicas e variedade de fundos.




S. Ferreira

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Bivalves da costa sul - o berbigão


Berbigão - Cerastoderma edule
Descrição: possui uma concha equivalve, inequilateral, volumosa e com uma forma algo oval cordiforme. O bordo anterior é arredondado e o bordo posterior obliquamente truncado. Bordo ventral ligeiramente arqueado. os vértices são proeminentes, próximos e ligeiramente oblíquos. Apresenta entre 22-28 costelas radiais bem marcadas com numerosas escamas lamelares. Linhas de crescimento proeminentes e muito irregulares. Margens crenuladas desde os dentes laterais anteriores até aos posteriores. Margem anterior lisa. A valva direita tem dois dentes laterais posteriores e dois anteriores. O ligamento externo ocupa 2/3 da parte lateral da charneira. A cor pode ser branco baço, ferruginoso, amarelada ou acastanhada no exterior e esbranquiçada no interior.

Alimentação: suspensívoro

Distribuição:
desde o Mar de Barentz, Mar Báltico e Cáspio até ao Senegal.


Habitat:
vive em fundos de areia, vasa ou gravilha enterrados à superfície do sedimento. Habita na zona intertidal. Na região algarvia esta espécie ocorre entre os 3 e os 7m de profundidade.

Utilização: amplamente utilizado em culinária ou na pesca desportiva como isco (pesca em fundos arenosos, ou na pesca de barco em alto-mar para espécies como o besugo, safia, choupa, etc.)

Fonte: IPIMAR


S. Ferreira

domingo, 25 de janeiro de 2009

Algumas espécies de bivalves da costa sul

Os fundos arenosos da costa algarvia, aparentemente desertos, albergam uma grande variedade de espécies marinhas.
Os bivalves fazem parte integrante das espécies mais conhecidas. Escondem-se no substracto arenoso e fixos a este, recolhem as partículas de plancton necessárias à sua alimentação e crescimento.
As populações de bivalves quando têm valor comercial, são sujeitas a exploração, que não sendo controlada, poderá causar grandes danos nas espécies alvo e consequentemente a todas as que lhes estão associadas.



Ensis siliqua (Linnaeus) ou navalha: bivalve conhecidíssimo. A concha é fina, larga e estreita, podendo ter até 20 cm de comprimento; as bordas superior e inferior são quase paralelas. As valvas são semelhantes e possui um ligamento externo e escuro.
Habitat: fundos arenosos até aos 35 m de profundidade, aproximadamente.
Utilização: culinária e pesca à linha.



Pharus legumen (Linnaeus): concha fina, larga e estreita, podendo ter até 12,5 cm de comprimento; as bordas superior e inferior não são paralelas. As valvas são iguais e possui um ligamento externo e negro.
Habitat: fundos arenosos costeiros em águas não profundas.
Utilização: pesca à linha.

Acanthocardia tuberculata (Linnaeus): concha de até 10 cm de largura; as valvas são iguais e convexas, arredondadas; o corpo do molusco é vermelho vivo.
Habitat: substractos brandos.
Utilização: pesca à linha.


"Bomboca": bivalve com valvas iguais e convexas, arredondadas; a cor exterior das valvas é rosa/avermelhada
Habitat: substractos arenosos.
Utilização: pesca à linha.


Cytherea chione (Linnaeus): concha até 8 cm de largura, com linhas concêntricas esculpidas por fora; contorno um pouco triangular.
Habitat: substractos brandos, até águas muito profundas.
Utilização: pesca à linha.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Carcinus maenas


O caranguejo verde, é um crustáceo que dispensa apresentações.
Devem existir poucas pessoas, que nunca tenham visto ou ouvido falar deste animal.

Morfologia: crustáceo decápode (10 patas) com uma carapaça de 60 mm de comprimento por 90 mm de largura. A coloração pode variar entre o acastanhado, o verde e o avermelhado, influenciada por fatores ambientais e genéticos.
Habitat: Encontra-se em zonas de ria ou em estuários. Frequenta todo o tipo de fundos, desde que estes tenham vegetação ou pedras e conchas.
É um animal muito voraz que devora qualquer coisa de origem animal. É também necrófago.
Ocorre na parte atlântica do continente europeu, até ao norte de África. Foi também introduzido noutros pontos do globo, onde assume estatuto de praga.
No Inverno permanece muito tempo enterrado ou escondido.

Aplicação: são utilizados inteiros como isco seletivo para as douradas, robalos e sargos de porte; cortados são muito utilizados para pescar a uma infinidade de espécies mariscadoras e o leque de aplicação é vastíssimo.
Conservação: devem ser mantidos num recipiente exclusivamente com algas (vulgo "estralos") . Podem aguentar de uma a cinco semanas, dependendo do tipo de caranguejo capturado.
Vulnerabilidade: é um crustáceo muito abundante.
Apesar disso, há mais de 15 anos atrás, foi bastante capturado, para venda em Espanha.

S. Ferreira

O minhocão

Grande verme, que apenas se pode encontrar no Algarve.

Morfologia: poliqueta de tons alaranjados e grandes dimensões, que atinge mais de 1m de comprimento. A velocidade que atingem no substrato em que se encontram é muito significativa.
Habitat: vive em fundos de areia ou mistos, na ria Formosa e nas praias Algarvias. Após os temporais, é normal em certas zonas o mar arrastar alguns exemplares para o areal.
Aplicação: estes vermes são utilizados seccionados (cortados); destinam-se principalmente à pesca de douradas, sargos e robalos, podendo porém capturar outras espécies.
Conservação: devem ser mantidos num aquário com água limpa/fresca e permanentemente oxigenada; deve haver a preocupação de gastar em primeiro lugar os exemplares que não estão inteiros (especialmente os que não possuem cabeça).
Vulnerabilidade: outrora muito abundantes, a captura desenfreada fez com que se tornassem mais difíceis de encontrar e muito menos numerosos; o preço que atingem atualmente é exorbitante; assim como para com outras espécies ameaçadas, impunha-se o controlo de capturas, o seu controlo (através de uma fiscalização responsável e eficaz) e defesos.

S. Ferreira

A salsicha


A salsicha é um verme sobejamente conhecido na zona Algarvia.

Morfologia: tem uma aparência inconfundível, apresentando um corpo cilindrico; a coloração pode variar entre o castanho claro e o rosa pálido.
Habitat: vive em fundos de areia ou mistos, na ria formosa e nas praias Algarvias.
Após os temporais, é normal em certas zonas, o mar arrastar muitos exemplares para o areal da praia.
Aplicação: estes vermes são utilizados inteiros (pequenas e médias dimensões), ou cortados em tiras (maiores exemplares); destinam-se à pesca das douradas, sargos e robalos.
Conservação: devem ser mantidas num aquário com água limpa/fresca e permanentemente oxigenada; também podem ser cortadas às tiras (proporcionais ao fim a que se destinam).
Se não forem utilizadas, poder-se-ão cortar, limpar e de seguida congelar num recipiente com água do mar.
Vulnerabilidade: outrora muito abundantes, a captura descontrolada para venda, fez com que se tornassem mais difíceis de encontrar; também para isso contribuíram os espanhóis, que clandestinamente as continuam a apanhar em grandes quantidades; para conseguir alterar a situação impunha-se o estabelecimento de zonas tampão e ainda a criação de defesos e controlo de capturas (com uma fiscalização responsável e eficaz).

S. Ferreira

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Minhoca branca

Verme anelídeo de dimensões médias (ver foto).
É capturado em fundos de lama, areia ou mistos. Outrora muito abundante e pouco conhecido, a pesca de competição encarregou-se de divulgar as suas potencialidades e consequentemente a sua procura. Como resultado, estas minhocas começaram a ser comercializadas tendo progressivamente entrado em regressão, uma vez que não existe qualquer controlo na sua apanha.
Isco letal na pesca de robalos, bailas, sargos, ferreiras, douradas, etc. Costuma ser utilizado na pesca de fundo ou na pesca com bóia de correr. Há quem utilize agulha para iscar, mas desta forma perde a sua vitalidade e obviamente o seu potencial de atracção.

Conservação imediata após a captura

À medida que vão sendo capturadas devem-se manter numa embalagem de plástico com água, tendo o cuidado de não as misturar com mais isco nenhum.

Conservação

Deve-se utilizar para o efeito uma embalagem de plástico comprida (com tampa).
Enche-se a embalagem até metade com água do mar limpa e colocam-se nesta as minhocas. O número de vermes a colocar terá que ser sempre pouco elevado, pois caso contrário o seu tempo de vida será mais limitado. Deverão ter-se sempre uma ou duas garrafas de água do mar de 1,5 l, no frigorífico à mesma temperatura para reposição. Em caso algum se devem fazer as substituições com água à temperatura ambiente.Nos primeiros dias dever-se-á dar uma maior atenção à água, porque nesta fase, costumam sujá-la muito (esta rapidamente muda de transparência). Sempre que se verifique que a água não está transparente, deverá ser imediatamente eliminada e substituída por água nova e limpa.No que diz respeito às minhocas, sempre que se encontre uma morta, teremos que a remover para evitar que todas as restantes acabem por morrer também. Para o efeito utiliza-se um palito. As minhocas nunca deverão ser manuseadas com as mãos.A caixa deve ser mantida na parte menos fria do frigorífico. Em acção de pesca mantenha sempre a água do recipiente das minhocas, limpa.
Se não as gastar na totalidade, traga-as novamente para casa, coloque-as no frigorífico e siga o processo mencionado anteriormente.Se forem seguidos estes conselhos, as minhocas manter-se-ão vivas durante meses, até que sejam utilizadas na sua totalidade."
Mudem a água com frequência.

Camarinha


"Palaemonetes varians" - crustáceo extremamente versátil e abrangente para a quase totalidade das espécies marinhas.

Distingue-se da outra espécie de camarão utilizado também como isco (camarão de espinho) pela ausência de riscas e por apresentar uma menor rigidez.
É um isco excelente para a captura de sargos, robalos e bailas, nomeadamente na pesca de bóia ou de fundo ligeira.
Encontra-se em zonas de ria ou em estuários, sendo facilmente capturável.

Conservação imediata após a captura:

Um dos maiores erros cometidos, consiste na escolha inadequada do recipiente/material utilizado para acondicionar estes crustáceos imediatamente a sua captura.
Ao serem retirados do camaroeiro, trazem muita água. Deve-se possuir obrigatoriamente um pequeno cesto de cana para os ir colocando, o que permitirá mantê-los vivos e simultaneamente eliminar a água que trazem consigo.

As outras regras de ouro são nunca os colocar em qualquer caso sob exposição directa da luz do sol e mantê-los a temperaturas não muito altas.

Conservação

A conservação destes crustáceos vivos, até que sejam utilizados na pesca, não apresenta quaisquer dificuldades. Deve-se utilizar para o efeito uma caixa de madeira ou de plástico comprida.
De Inverno basta colocar um pano no fundo da caixa mencionada e colocar os camarões sobre o pano dobrado, tendo o cuidado de não deixar na caixa uma quantidade exagerada de crustáceos.


Como alternativa ao pano, pode-se pôr uma camada de folhas de madeira de pinho (maravalhas) colocando depois uma pequena camada de camarões em cima e assim sucessivamente, tendo cuidado para não exagerar na quantidade de crustáceos colocados. Pessoalmente gosto mais de utilizar o pano, porque evito perder tempo em acção de pesca a procurar os camarões nas maravalhas.

De Verão nunca se devem colocar os camarões no pano, porque morrerão facilmente. O melhor sistema de conservação é a utilização de maravalhas. Nesta altura do ano a preocupação de os manter no fresco deverá ser obviamente vital.
As caixas com os camarões devem ser mantidas na parte menos fria do frigorífico até à sua utilização.
O tempo de vida destes pequenos crustáceos fora do seu meio, é de 3-4 dias (por vezes mais).

Caso não utilize os camarões, dê-os a um amigo para pescar ou então volte a libertá-los numa zona onde estes possam sobreviver: congelados perdem toda a sua eficácia e é uma lástima matá-los desnecessariamente.

S. Ferreira